Quando pensamos em internacionalização da empresa, a primeira coisa que vem à nossa mente é uma marca gigante com negócios por todo o globo.
Porém, você sabia que essa estratégia é muito útil para micro e pequenas empresas também? Se você duvida, continue lendo, pois, até o final deste texto você terá mudado de ideia.
Principais modelos de internacionalização de empresas
Entretanto, antes de tudo, é importante entender corretamente o que significa internacionalizar a sua empresa. Para isso existem alguns modelos estabelecidos que ilustram o significado dessa ação.
Exportação
A exportação é a modalidade mais conhecida quando se pensa na internacionalização de empresas. É a prática mais popular por causa da simplicidade e do baixo nível de investimento necessário.
Consiste basicamente em fazer a intermediação entre um produto feito em solo nacional para algum distribuidor ou importador em outro país. Existem muitos negócios que atuam apenas nessa função, mas, para você, que já produz o serviço ou objeto, investir nessa expansão é uma opção de baixo investimento e risco pequeno.
Franchising
O franchising é uma tática muito explorada domesticamente, mas também pode ser utilizada para expansão no exterior.
Ela consiste em ceder para um empreendedor o direito de exploração da sua marca e do seu sistema de negócio. Em troca de administrar a franquia da sua empresa, o franqueado paga um valor inicial ou royalties.
É uma estratégia interessante para espalhar rapidamente o seu negócio de forma descentralizada. Você repassa a responsabilidade para terceiros que administram o ponto físico de acordo com as regras da sua empresa.
Apesar disso, para o mercado exterior, existe uma complexidade, pois, além de compreender a legislação local, a sua marca precisa ter alcançado uma reputação local forte. Sem isso, o interesse de franqueados será baixo e do próprio público local, convertendo em poucas vendas. Para negócios muito pequenos, talvez essa não seja a melhor estratégia.
Joint Venture
A Joint Venture é uma união entre duas empresas por tempo determinado que costumam criar um CNPJ específico para essa junção. É uma opção muito útil para empresas de grande porte já estabelecidas se unirem a outras menores com benefícios mútuos que podem variar caso a caso.
Geralmente, empresas realizam Joint Ventures para penetração em novos mercados nos quais elas não têm representação, pois, assim, elas utilizam das estruturas e do conhecimento de uma marca local. É uma forma de economizar gastos com estudos de impacto e construção de infraestrutura local como contratação de pessoal, maquinário e até espaços físicos.
A Joint Venture também é uma opção interessante quando a legislação local dificulta a criação de uma empresa independente e sua marca ainda é pouco conhecida para um franchising.
Investimento direto
É a estratégia mais complexa e definitivamente mais cara. Consiste na criação de uma pessoa jurídica nova e independente no novo país, com total controle dela por parte da sua empresa.
Como isso ocorre? Por meio da aquisição de alguma entidade comercial local em sua totalidade ou por meio da criação do zero de uma nova filial. Dá para ter uma ideia do tamanho do investimento inicial necessário em ambos os casos.
Além do custo, se adaptar à burocracia local é um dos principais desafios dessa estratégia, é necessário um planejamento robusto e sustentável. Por outro lado, existe o benefício de possibilidades maiores de crescimento e expansão no comércio local exterior de forma autônoma.
Principais vantagens de expandir seu negócio no exterior
Certo, agora que você sabe as principais formas de internacionalização de empresas, deve estar se perguntando como isso pode ajudar a sua marca. Existem diversas vantagens e elas vão depender de cada negócio e dos seus objetivos como empreendedor. Segue abaixo alguns dos motivos principais para essa expansão.
Pulverizar riscos
Expandir os seus negócios em diversos mercados é uma forma de blindar a sua empresa de flutuações fora do seu controle. Quando você distribui suas fontes de lucro em diferentes países, mesmo que em proporções diferentes, sua marca ganha solidez e estabilidade.
Isso ocorre por causa das diferenças entre cada país e suas condições financeiras que impedem a internacionalização de problemas locais. As barreiras comerciais bloqueiam fatores locais, como crises financeiras, instabilidade política, desastres naturais, taxas de juros e outros de afetarem negócios fora de um país da mesma forma.
Alcançar novos mercados
Internacionalizar a sua empresa é uma ótima saída para um mercado saturado, com muitos concorrentes diretos ou até já dominado pela sua marca. Quando as opções de crescimento já se esgotaram, a saída pode ser buscar novos clientes em outro país onde o investimento no seu segmento ainda é baixo.
A prospecção de novos clientes no exterior pode ser feita dentro de um mesmo segmento da população ou até em públicos-alvo diferentes. Outra vantagem interessante de explorar outros mercados se alia ao motivo acima, em que você previne o impacto da sazonalidade no seu negócio. Se seu produto é mais consumido em uma estação específica, você consegue vender em períodos diferentes do ano variando o país. Dessa forma, a sua empresa mantém a estabilidade de vendas.
Criar uma marca global
Alcançar o status de empresa global agrega muito valor ao seu produto ou serviço. Isso acontece porque o público nos diversos mercados que sua empresa atuaria veem sua marca com maior autoridade por ter se estabelecido como referência além do território nacional.
Esse status é alcançado porque para atuar internacionalmente uma empresa precisa desenvolver uma estrutura ainda mais eficiente e cumprir requisitos de padrão mais rigorosos.
Dicas para começar o processo de internacionalização da empresa
Se você gostou da ideia da internacionalização de empresas e quer aproveitar as vantagens desse modelo, confira 5 simples dicas para começar a se organizar para o processo.
Avaliar a situação atual da empresa
O primeiro passo antes de qualquer ação grande como essa é entender como está a situação atual do negócio. Entenda o nível de maturidade da organização, além de um objetivo muito claro que justifique o processo. Ao voltar o olhar para o próprio negócio, você descobrirá a capacidade de adaptar os processos, o potencial de crescimento e mais, de modo a entender o mais cedo possível se a expansão é viável. É interessante fazer uma análise como a SWOT, de modo a encontrar fraquezas, forças, oportunidades e ameaças que podem afetar o processo.
Analisar o mercado internacional
Também é preciso fazer uma extensa análise externa. O maior objetivo nesse sentido é estudar o mercado alvo para garantir que existe espaço e demanda para o seu produto. Isso é feito de duas formas, sendo que a primeira é observando a concorrência. Entrar em um mercado muito saturado pode ser arriscado, o que significa que você precisa ter um diferencial como uma proposta de valor única ou um preço bem competitivo.
A segunda forma como o mercado deve ser avaliado é em relação ao público. É preciso fazer pesquisas, provas de mercado, preparar um MPV de modo a entender se a demanda realmente existe. Afinal, produtos que dão muito certo em um país podem não ter os mesmos resultados em outro.
Obedecer às questões legais envolvendo a internacionalização
Todo país tem a sua burocracia e, se você quer atuar nele, precisa obedecer todas as questões legais e técnicas. Regras sobre a entrada e abertura de empresas, direitos e deveres da organização, impostos a serem recolhidos e muito mais. Caso você for contratar funcionários, também deve conhecer as leis trabalhistas.
Além disso tudo, podem existir certas exigências técnicas para os produtos, que podem ser bem rígidas, dependendo do seu ramo de atuação.
Preparar as adequações necessárias
Uma vez que você conheça as leis, questões técnicas e o mercado local, é hora de fazer as inevitáveis adequações. O seu produto ou serviço pode precisar ser adaptado à cultura local, de modo a potencializar as vendas. Pode ser que o nicho do cliente seja um pouco diferente, o que significa mudanças que vão desde a comunicação até o produto em si.
Também é crucial preparar a logística, pois ela pode ser diferente do processo local. Por exemplo, enquanto o Brasil foca na via rodoviária, outros países podem focar na ferroviária.
Estudar mais sobre o país de origem
É uma ótima dica estudar bem a cultura local, não somente para adaptar as estratégias e produtos, mas também para negociar com os clientes e fornecedores da região.
Estratégias mais básicas de negociação funcionam bem em qualquer país, mas são ainda mais eficazes quando você se adequa bem ao local de destino. Estude a língua, pelo menos um pouco, para cumprimentar os clientes na língua local. Entenda os costumes mais básicos, para ajudar a começar a relação de forma bem positiva.
Ainda está achando muita areia para o seu caminhão? Pois saiba que essa estratégia está fazendo muito sucesso entre as startups. As possibilidades de aumentar o faturamento são tão sedutoras que essas empresas tomam a decisão de expandir para fora.
Claro que a singularidade do modelo de negócio de startups é, ao mesmo tempo, o que facilita e exige o movimento de atravessar. O ambiente altamente competitivo pede decisões com visão amadurecida que não se limitam ao tamanho da estrutura em solo nacional. Não importa o porte: em um mundo globalizado, a internacionalização de empresas é uma possibilidade cada vez mais real.
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